sábado, 23 de agosto de 2014

Pequenos Detalhes - A melhor parte!



Esse post é bem mais visual.  Tenho pouco a falar sobre ele... 

Não deveria ser assim: gosto tanto dos detalhes, das pequenas informações no cenário, que deveria ter muito a dizer...  talvez hoje eu esteja mais a fim de fazer, não de escrever sobre...

Bom, então, vamos fazer.  Depois escrevemos. 



Olhando aqui e ali




Algumas fotos de detalhes do dia a dia.  As fotos são só pra ilustrar meu pensamento.  Geralmente eu guardo as imagens na cabeça mesmo e depois tento fazer o mais próximo possível.

Eu poderia, claro, editar as fotos para que ficassem na escala da miniatura, imprimir, recortar e colar.  Essa ideia faz sentido para vocês?

Pois pra mim parece coisa de gente preguiçoso e com cansaço cerebral, ou coisa que o valha...













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quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Sobre Plataformas, mas não apenas



O oceano sempre foi algo que me incomodou.  Sempre o percebi como uma espécie de abismo, pronto para tragar aqueles que o desafiassem ou fossem vaidosos demais acreditando-se invulneráveis à sua força.  Apesar de ter gostado muito, filmes como O Segredo do Abismo e Deepstar Six (que aqui no Brasil recebeu o nome picareta de Abismo do Terror), sempre sentia um mal estar ao assisti-los. Além dos perigos que os personagens enfrentavam, eu ficava pensando: no fundo do mar? Sem chances.  Apesar disso, eu gostava de brincar mentalmente com a ideia do isolamento do mar, dos perigos, da vulnerabilidade.

Mudando de foco, mas nem tanto, Deep Space 9 é, desde o primeiro capítulo, a franquia de Jornada nas Estrelas que mais me encantou.  Tudo nessa série, pra mim, sempre beirou a perfeição.  Não é a toa que a história de fundo criada para as maquetes tenha tanto dela.

Onde os dois parágrafos acima se encontram?  A Deep Space 9 foi, em outros tempos, uma plataforma mineradora Cardassiana, antes de ser anexada pela Federação dos Planetas Unidos como um posto avançado. Então as ideias começaram a vir: e se o grupo de sobre

viventes tivesse, além do grande complexo da base, uma plataforma que fosse utilizada para controlar o tráfego dos veículos que se aproximassem do local?  Com o mundo tomado em boa de sua parte por água, seria lógico que o local que fizesse contato com o mundo exterior fosse uma plataforma flutuante, talvez dotada de pequenos propulsores que a fizessem se deslocar em casos específicos.  A grande base poderia estar localizada em uma ilha, mas teria boa parte de sua construção submersa (por questões de segurança), apenas com uma entrada, guarnecida pela equipe de soldados, exposta, como a entrada de um formigueiro.  A plataforma ficaria como uma espécie de satélite, 'orbitando' ao redor da ilha.


Nascia aí o conceito da PDRS-9 (Plataforma de Desembarque e ReparoS 9).  Juntei tudo que podia sobre plataformas de petróleo, estudei esquemas, mudei as formas de sustentação (de pilares para cilindros numerados), modifiquei posições dos módulos do controle de tráfego e do farol direcional... deu trabalho, mas ficou do jeitinho que eu havia imaginado.

Espero poder repetir o feito na nova plataforma.

Concepção da nova plataforma



sábado, 16 de agosto de 2014

Diferenças Ontem e Hoje (Ambientação)


Antes de entrar no assunto das cores, um pouco sobre a ambientação das maquetes originais (claro, porque elas não podiam simplesmente existir, tem de existir uma história por trás de sua existência...)

Tempo: Futuro indefinido

Local: Planeta Classe M não nomeado

História

Durante anos, diversas etnias conviveram neste tal planeta.  Não era uma convivência das mais pacíficas. A principal guerra, que durou muito tempo e fez várias vítimas, foi travada entre os Cárpatos e a Coligação.  Os Cárpatos eram  um grupo muito numeroso, que ocupava diferentes regiões do planeta e que acreditavam ser descendentes diretos de seres estelares mais evoluídos: sua religião era baseada em crenças oriundas do distante planeta Terra. A Coligação era um grupo inicialmente comercial, formado por dois grandes grupos, a Companhia das Índias Ocidentais e a General Eletric (não estranhe por eu ter usado esses nomes tão familiares;  gostava da sonoridade deles e era melhor do que ficar quebrando a cabeça para pensar em um nome novo e sem sentido).


A guerra se estendeu por todo o planeta, mas acabou sendo interrompida por um fenômeno climático totalmente inesperado. O nível dos oceanos começou a subir, a temperatura caiu abruptamente e ciclones, furacões e tempestades passaram a varrer todo o planeta.  Muitas pessoas pereceram, outras tantas se reuniram em agrupamentos e aí começa nossa história.

Um grupo de pessoas se reúne com o único objetivo de sobrevivência.  Antes oponentes, concorrentes e inimigos, esse grupo heterogêneo é formado por indivíduos de várias crenças e grupos.  Com o sucesso da empreitada, mais e mais pessoas se juntam a eles.  O trabalho em grupo cria um porto seguro que atrai vários refugiados.  As pessoas são obrigadas, consequentemente, a assumirem novos papéis: professores se tornam soldados, engenheiros viram mecânicos, religiosos se tornam comandantes.  Apesar de todas as vitórias conseguidas, as antigas rivalidades continuam presentes, criando situações de embate em momentos pouco oportunos.

Até que novas ameaças começam a surgir.

Eu sei, eu sei... clichêzões!

E hoje?

Atualmente estou pensando em algo menos complexo... uma mistura de Enigma do Horizonte e Dino Crisis.  Nada muito pretensioso...  acho que minha reserva de plágio criativo reconfigurador está se esgotando.

Forragem verde é gente.

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

O Homem com roupas vermelhas



Antes de qualquer estrutura, as figuras que as ocupam devem existir.  Uma lógica básica.  Ou não?

Minha concepção de personagens/figuras das maquetes talvez seja decepcionante para 99,99% das pessoas que se interessam por maquetes, miniaturas e dioramas. 

Na primeira vez em que cheguei ao conceito que eu utilizo hoje, a princípio fiquei surpreso por não ter pensado naquela configuração antes.  Tão preocupado estava em reproduzir nos mínimos detalhes um ser humano que acabava por produzir - em massinha, durepox ou o que fosse - simples miniaturas de imagens humanas que pra mim eram desprovidas de personalidade, por assim dizer.  Eram como os T-800 do Exterminador do Futuro (sem a camada de tecido vivo, claro): idênticos.

Olhando para o que eu havia criado eu vi um peão de xadrez. Mas também vi um personagem, cuja história surgia na minha cabeça como se eu visse um filme.

Enfim...  Com o passar do tempo usando o mesmo desenho básico do original, outros foram surgindo.  E pra mim eram todos completamente únicos: peças pequenas possuíam significados, cores, formatos, alturas diferentes (observação: sobre cores diferentes farei uma série de tópicos, pois as cores são histórias).  Tudo era um diferencial...

Estou divagando muito hoje...

Bom, para resumir, o primeiro 'homem' foi formado.  Adão, o homem com roupas vermelhas. A cor não foi por acaso.  Para que a criação das demais peças possa fluir, eu tinha de estruturar em minha cabeça uma história.  Está escrita em um caderno - que está em algum lugar no universo - mas eu tenho a história ainda na cabeça:

"O homem com roupas vermelhas subiu com certa dificuldade o aclive à sua frente. O ferimento em sua perna não doía mais, mas a tala colocada pelos Monges limitavam um pouco seus movimentos.  Chegando ao topo, olhou ao seu redor, usando a mão para proteger seus olhos do brilho forte do sol de meio-dia. Viu quilômetros de ruínas e desolação.  Checando sua bússola de pulso, confirmou a direção que deveria seguir - sudeste - e desceu o aclive deslizando.  Parou a poucos metros do servo-droid de fuselagem prata e vermelha que ficara esperando seu retorno."

Um começo tão bom quanto qualquer outro.

Esboço
Os próximos personagens seguirão a mesma lógica de montagem, com modificações no que se refere ao material e às cores utilizadas.

O Primeiro
Acessórios serão colocados de acordo com o evoluir da história...  ainda não dá pra saber quem vai fazer o que, digamos assim.

Enfim, estou me estendendo um pouco demais.  Hora de parar por hoje.  Espero que a noite me traga mais idéias sobre as próximas figuras e sobre que lugares eles vão ocupar não apenas fisicamente, mas também nas dinâmicas relacionais e hierárquicas dessa nova colcha-de-retalhos.

terça-feira, 12 de agosto de 2014

O todo sem a parte é só parte.


O todo sem a parte não é todo, A parte sem o todo não é parte - Gregório de Matos

Interessante...



Ainda falta muita coisa...

sábado, 9 de agosto de 2014

Sobre as dificuldades de se conseguir bom material


Existe qualidade em sucata?

O começo do trabalho não foi dos mais promissores...


Em 1995 eu conseguia achar facilmente tudo que precisava. A caneta Kilométrica (não recebi nada pela citação da marca) era fabricada aos montes e no meio que eu frequentava mais usada do que a BIC (idem).  Para minha surpresa descobri que a primeira sumiu do mercado por um tempo, só fui encontrar modelos atualizados, digamos assim, no ano passado.  E deu pra perceber que mudaram a composição de polímeros dos componentes da capa...  está menos flexível para o corte com estilete.  Além disso, não consigo encontrar a azul, só pretas e vermelhas...  


Uma rápida procura no Google por "caneta Kilométrica azul" resultou, entre outras coisas, em um link para um site de vendas pela internet, com a palavra  "RARA" associada à minha busca. Será esse o fim da cor azul em minhas maquetes? 
As próprias BICs estão meio diferentes...  ó mundo que não para de mudar...

Outro entrave: preciso encontrar um estojo com tampa de correr, sólido, feito em plástico.  Os de hoje parecem mais necessaires, cheios de desenhos fofinhos, padrões, bolinhas..

Nada de desanimar!  Criatividade é criatividade, e serve para ser usada em momentos assim.  Mais algumas buscas devem ser feitas.  Entretanto, um plano B deve ser traçado.


Improvisar, Adaptar, Superar.





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sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Sobre começos.


Tudo começou em 1995.

Na verdade, começou bem antes.

Em 1992, totalmente encantado pelo seriado Jornada nas Estrelas, ficava horas e horas pensando sobre as naves e seus designs incomuns.

Enterprise
Um dia, por acaso, caiu em minhas mãos uma edição do suplemento de informática do jornal O Globo. Nele havia uma pequena reportagem sobre o significado da numeração que havia no casco da Enterprise (o NCC, ou Naval Construction Code, Código Naval de Construção).

Enfim, o que me chamou atenção na reportagem em si foram as ilustrações do genial Glauco Cruz. A Enterprise havia sido desenhada como uma junção de objetos comuns - o casco primário e seu suporte eram o braço de um garçom carregando uma bandeja, o casco secundário era uma garrafa e os propulsores eram duas velas. Vendo aquilo percebi o quanto coisas aleatórias podiam ser unidas para fazer algo conhecido.

Poucos meses depois comecei a fazer espaçonaves com sucatas.  Jornada nas Estrelas, Guerra nas Estrelas, Espaço:1999, Galactica - Astronave de Combate - qualquer das naves podiam ser criadas a partir de pedaços de canetas esferográficas, tampas de refrigerantes, peças de brinquedos, etc.  No final de 1993 eu já tinha duas caixas de sapatos repletas de miniaturas.

Foi nessa época que comecei a perceber que, por mais que as naves fossem fantásticas, eram as dinâmicas de relação de seus ocupantes que faziam minha imaginação viajar. Imaginava - e escrevia pequenos contos - sobre as aventuras deles, seus reveses, suas disputas, etc.  Comecei a desmontar as naves e percebi que podia recombinar as peças para formarem personagens.  Mas não os que via na tv: personagens novos, saídos diretamente da minha imaginação.

Não era bem assim: era melhor!
Resumindo, na metade de 1995 eu tinha montado um complexo de módulos em caixas de sapatos e whisky ocupados por aproximadamente 100 personagens diferentes, baseados em outros personagens de ficção e aventura, mas criados por mim.  Cada um tinha suas características e background totalmente diferenciado.  Os módulos, quando unidos, formavam uma enorme base ou estação, composta por Centro de Comando, Centro Médico, Corpo de Bombeiros, Deck de Suprimentos e Armazenagem, Usina Geradora de Energia, Quartel Militar, uma Plataforma de Desembarque a aproximadamente 10 naves (incluindo caças, cargueiros, naves de patrulha, manutenção e transporte).  Era algo tão gigantescamente complexo que só podia sair da cabeça de um garoto de 16 anos retraído, devorador de ficção científica, sem namorada e com pouquíssimos amigos.

Um dia decidi que estava velho demais para aquilo tudo e, uma por uma, desmontei a grande maquete.

Nos últimos meses decidi que estava com saudades, e resolvi voltar a criar!

Naquela época não haviam câmeras digitais, nem blogs...  registrava o que fazia em cadernos - que também foram fora.  Hoje tudo está mais fácil e pretendo fotografar e registrar meu progresso nesse blog.  Não tenho a pretensão de alcançar vários leitores - talvez só eu leia isto.  Mas, pelo menos, terei fotos e registros do que pensei nesse momento, enquanto me preparava para voltar a fazer algo que alguns podem pensar que é besteira, perda de tempo.  

Talvez seja, talvez seja... não sei.  Criar algo que não existe a partir de coisas que existem para outras coisas.  Ver a forma inacabada em algo que outros não percebem nada...  preciso disso: criar, experimentar, deixar a mente vagar.

Bom, mãos à obra.  Hoje, 08 de agosto de 2014, vinte anos depois, as 20:39, recomeço esse fazer sem sentido para os outros, mas que pra mim encerra um milhão de significados.